Calma! Não é nada disso que vocês estão pensando.... É que eu fiz minha primeira Ressonância Magnética.
Sempre fui curiosa sobre como funcionava o esqueminha, então lá fui eu.
Passei pela triagem, preenchi ficha, ganhei fitinha pink no pulso (continuo minha fase mulherzinha) e lá fui para a Sala de Espera 4 onde já havia algumas pessoas na fila.
Preenchi aquelas fichas pré-exames que só faltam perguntar quando você cortou a unha do mindinho do pé pela última vez (ok, eles não perguntam isso, mas já é a segunda vez que tenho que responder se tenho tatuagens, e aí fiquei pensando se o problema podia ser a tinta metálica).
Entrego a prancheta prá mocinha que me olha mortificada e fala com um fiozinho de voz:
- É que a gente está com uma hora e meia de atraso, a senhora já comeu hoje?
Respondo que já e que moro perto do hospital. Ela me manda de volta prá casa e jura que me liga quando tiver faltando 10 minutos pro meu exame começar.
Passada uma hora eu já estava inquieta e começo a ligar pro hospital. Primeiro preciso passar pelos malditos canais de voz e toda vez que chego no último passo.... a ligação cai. Já estou profundamente irritada quando ela me liga perguntando se ainda estou em casa...
- Minha filha, é claro que ainda estou em casa! Você não disse que me ligava a hora que fosse prá eu ir?!
Ok, não fui tão mal educada assim, saí correndo e fui para o hospital.
Você chega, ganha uma chave, calça, camisa, um chinelinho muito engraçado, e um porta aparelho de dentes prá guardar bijuterias, relógios etc. (amei!!!!). Após se trocar, aguarda mais 20 minutos, até uma enfermeira te chamar para mais uma entrevista. Onde dói, o que vc fez, como é a dor, vc tem cachorro? E papagaio? - e eu achando que ela ia me dar os pormenores do exame, conforme explicava a ficha que assinei previamente garantindo saber de todos os riscos (riscos??????) que eu corria no exame e autorizando a injenção de contrastes caso fosse necessário...
- Agora a senhora pode sentar e esperar.... - de novo.... - uma simpática moça acompanhando uma velhinha, engata um papo de porque na televisão está passando Globo News e não a novela....
Finalmente chega minha vez. Sou sentada em uma maca, tiram os simpáticos chinelinhos e uma máquina é posta em volta do meu joelho. Começo em desespero a pensar se o exame seria só isso, assim tão simplesinho... e aquele mega tubo no qual em todos os filmes as pessoas passam mal porque sempre são claustrofóbicas??? Eu não sou, eu quero ver como é o tubo!!!!
Sou devidamente protegida com um cobertor, e uma médica japonesinha que parece ter 15 anos de idade, começa a empurrar a maca pelos corredores e finalmente, em todo o seus esplendor aparece o mega tubo e um teto cheio de estrelinhas!!! (Sim, sim, são aquelas luzinhas de fibra óptica, mas não estraguem o meu encanto).
A médica e o enfermeiro me garantem que o teto não é prá distrair só crianças, é prá todo mundo.
Recebo a "campainha do desespero" (aquela que vc segura na mão prá apertar caso algo aconteça e você queria sair do tubo), uns tampõezinhos no ouvido, recebo ordens de não me mexer e sou enviada para dentro do tubo. Prá minha decepção, como é uma ressonância de joelho a cabeça fica prá fora do tubo, então nem dá prá tentar saber o que é sentir claustrofobia lá dentro.
E aí a coisa começa. Primeiro uma sensação como se estivesse boiando na água. Penso logo:
- É claro! São ondas magnéticas! (hahaha, ok, essa foi péssima, mas eu não podia deixar passar....em homenagem ao meu amigo Murilo)
Parece uma sinfonia. Vários sons, várias notas, vários ritmos e começo a imaginar que se meu pai estivesse lá, iria identificar cada uma das notas, inclusive uma que eu jurei ser um dó de peito, tanto tempo durou... Dava quase prá imaginar o Pavarotti dentro do tubo cantando "La Dona è Mobile", e você ainda tenta associar as notas com as estrelinhas brilhando no teto!!
Também me passou pela cabeça a célebre cena do filme Titanic, com a Céline Dion rasgando o gogó, enquanto a Kate Winslet está na proa do navio com os cabelos ao vento. Tudo isso porque o tempo todo do exame tinha um vento no meu cabelo (Juro que não tomei nada antes do exame! Devem ter sido as ondas eletromagnéticas meeesmo).
Até uma hora que começou a cansar, pois a melodia era sempre a mesma, repetindo de tempo em tempo. O cobertorzinho que me deram não era suficiente pro frio da sala. Não dava prá dormir por causa do barulho e minha perna começava a doer por causa da posição.
Depois de uma hora de zunidos, ventinhos e estrelinhas o exame acabou. Passeio de novo de maca pelos corredores (os caras correm como se estivessem numa corrida de F1!). Acabou e posso ir me trocar. Assim, sem mais nem menos, nada de fantástico ou sobrenatural.
Mas pelo menos o estojinho laranja fofo de aparelho de dente eu pude trazer prá casa!!
Agora só resta esperar pelo resultado do exame...
Epílogo:
- Então mãe, to ligando prá contar da ida ao fisioterapeuta e da ressonância maluca que fui fazer... o médico acha que o problema pode ser a surdez...
- Ressonância na nuca?!?!?! Mas o problema não era no joelho???
4 comentários:
HAHAHAHAHAH! Ressonância maluca (na nuca!)... adorei! Só vc pra viajar tanto por causa de uma ressonanciazinha!!! =)
Deixa eu ser criança e feliz, tá?! :P
AVONTS! rsrsrsrsrs.... ressonância na nuca, hahahahaha... aiai, e vê se posta mais coisa, oras! =P
Sis,
eu não me lembro de absolutamente nada disso na minha ressonância. De duas uma: ou o Sírio-libanês é muito mais chique do que o Fleury, ou você tem mesmo alma de escritora.
Em tempo: seus posts não ficam devendo nada aos meus, viu?
Beijoca.
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